Naiala Silva Almeida Santos*
Jacqueline Ramos Machado Braga**
Resumo
As alterações no genoma herdado geram anomalias genéticas (AG), caracterizadas como estruturais ou numéricas, originadas antes do nascimento, podendo ter ou não etiologia genética. As malformações congênitas (MC) estão entre as principais causas de óbitos infantis nos países desenvolvidos: 20% dos óbitos neonatais e 30 a 50% dos óbitos perinatais. Objetivou-se com este estudo realizar um levantamento descritivo retrospectivo para determinar a prevalência de mortalidade neonatal (0 a 27 dias) por AG e MC em Salvador – BA, entre 2006 a 2013, além de avaliar o impacto das MC sobre a mortalidade neonatal, identificando as anomalias predominantes nos natimortos. Os dados foram obtidos através do banco de registros da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador e DATASUS, tendo como critérios de análise o número de óbitos, fatores de risco biológico, social e ano de óbito. Foram constatados 297.014 nascidos vivos nesse período, sendo 3.484 portadores de MC, dentre os quais, 622 casos foram óbitos neonatais. Dentre mães de 20 a 30 anos, 49,4% apresentaram a maior prevalência de crianças com MC fatais, sendo as de sexo masculino 48,4%, negras 53% e de baixo peso 59,8% as mais frequentes, tendo como principal causa deformidades e anomalias cromossômicas (n=320), seguidas pelas MC do aparelho circulatório (n=197) e MC do sistema nervoso (n=105). O fator principal para o óbito neonatal durante o período estudado foi o socioeconômico. Sugere-se a realização de novos estudos com vistas a esclarecer se ocorreu melhoria do sistema de notificação ou aumento real dos casos.
Palavras-chave: Malformações congênitas. Cromossomopatias. Neonatos.
* Especialização em Análises Clínicas, Universidade Católica do Salvador. E-mail: naiala.almeida@hotmail.
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** Orientadora Doutora em Imunologia (UFBA), Professora da Universidade Federal do Recôncavo da
Bahia (UFRB). E-mail: jacquebraga@globo.com